segunda-feira, 3 de maio de 2010

Estou lendo o livro "A cabana" (William Young) pela segunda vez. São coisas pequenas assim que me fazem perceber o quanto o momento pode intensificar as coisas. Quando eu li pela primeira vez, era mais apegada a deus do que agora, chorei, gostei, mas esqueci. Li este livro no começo do ano passado, e passei por muita coisa depois disso. Coisas que diminuiram minha fé dastricamente, me fizeram reagir contra o amor de Deus. Queria que ele não existisse, pra que eu não culpasse-o por meus problemas. Pra não acabar de vez, com a esperança de que alguém nesse mundo se importa mais com o próximo do que com ele mesmo. Não queria pensar que Deus tinha me esquecido, seria doloroso demais. Melhor ignorar algo como se não existisse do que sofrer sua ausência. Era mais ou menos esse o meu pensamento, embora não assumisse. Para os outros, eu simplesmente deixei de acreditar em Deus. Para mim, eu tava querendo poupa-lo de todo rancor que crescia em mim.
Mas sabe aquela história de que uma mentira quando é contada várias vezes, acaba virando uma verdade? Deus passou a não fazer parte da minha vida, pelo menos a parte que eu tinha controle. Eu não dava abertura pra que ele chegasse a mim. Mas no fundo eu sei, que mesmo com toda a rejeição, ele sempre esteve comigo, nunca me abandonou. Deus pra mim tinha se tornado indiferente, como muitos outros. E de tudo que é indiferente, não se guarda mágua. Não sei se isso é uma qualidade ou um defeito meu, ao invés de guardar máguas, ódio, rancor.. faço das pessoas seres indiferentes. as vezes, uma pessoa não precisa nem me magoar, são indiferentes e insignificantes automaticamente. quando me machucam, levam um tempo, mas eu sempre consigo esquecer.
Enfim, passei um tempo tendo essa relação com Deus, ou melhor dizendo, não possuindo nenhum tipo de relação com Deus. Mas esse livro me chamou, pedia pra ser lido de novo, e mesmo sem muito tempo, eu mal lembrava da história. O começo do livro mostra um cara desacreditado, e apesar do sofrimento dele ser muito, mas muito maior que o meu, me identifiquei com ele. Era do tipo que mesmo não acreditando, dizia frases do tipo: "Deus sabe de todas as coisas" para amenizar a dor de outro.
No livro, o homem passa um final de semana com Deus, e ele responde todas as perguntas que me rodeavam secretamente. Fiquei espantada com o modo como o livro falou tão diretamente comigo. Era como se eu estivesse naquela cabana com deus. Senti vontade de abraça-lo chorando e pedindo perdão. Como posso ignorar tudo que ele fez por mim?
Me identifiquei mais ainda porque não define ou defende religião. Não gosto de igreja, não concordo plenamente com nenhuma crença. Todos somos intimos do pai, podemos conversar com ele quando e onde quisermos. Não precisamos de nenhum elo, ou pulpito. Basta senti-lo e quere-lo.
O livro diz que Deus está em cada um de nós, e não temos que dar a ele as régias de nossas vidas, e sim, nossas vidas. Por inteiro, sem medo. Ser repleto de bondade, amor e compaixão. Ser repleto do espirito santo e do saber de que nada é por acaso, tudo tem explicação. mesmo quando não dadas, elas existem e fazem sentido.
Deus, chamado como "papai" no livro é total liberdade, enquanto essa liberdade não faça mal a ninguém.
Achei lindo o costume da personagem Nan, de chama-lo de papai. mas assim como o personagem principal, não tenho um relacionamento paterno muito bom, por isso é dificil essa referencia. Não posso dar o meu conceito de pai a algo tão extraodinário com Deus. Meu conceito é muito pequeno, e até mesmo insignificante. Sei que tenho que mudar isso, mas essa é outra história. além do mais, não tenho um final de semana apenas com Deus, tenho uma vida inteira pra aprender e viver com ele.
Nunca fui tão fiel e grata, como estou sendo agora. Mesmo que alguns não concordem que eu não siga nenhuma religião, é esse o meu relacionamento com Deus, e eu adoro isso.

Nenhum comentário:

Postar um comentário